Exercícios Físicos e Câncer: Como a Atividade Física Ajuda no Tratamento e na Qualidade de Vida
Exercícios físicos podem melhorar a qualidade de vida de pacientes com câncer, reduzir efeitos colaterais do tratamento e fortalecer a saúde física e mental.
SAÚDE
eu mesmo
8/17/20254 min read
A Importância da Atividade Física Durante o Tratamento do Câncer
O diagnóstico de câncer costuma trazer medo, insegurança e muitas dúvidas sobre o que pode ou não ser feito durante o tratamento. Nesse cenário, a prática de exercícios físicos regulares surge como uma ferramenta poderosa para melhorar não apenas a qualidade de vida, mas também os resultados clínicos dos pacientes.
Nos últimos anos, diversas pesquisas mostraram que a atividade física pode reduzir efeitos colaterais de terapias como quimioterapia e radioterapia, fortalecer o sistema imunológico e até diminuir o risco de recorrência da doença.
Por que o exercício físico é tão importante no tratamento do câncer?
Durante o tratamento, muitos pacientes enfrentam fadiga intensa, perda de massa muscular, queda na imunidade e alterações no humor. A prática de exercícios atua em vários desses pontos:
Melhora a disposição e reduz a fadiga: segundo o National Cancer Institute (NCI, EUA), a atividade física é uma das intervenções não farmacológicas mais eficazes contra a fadiga relacionada ao câncer.
Mantém a massa muscular: terapias podem levar à sarcopenia (perda de músculos), e o exercício, especialmente o de força, ajuda a preservar a massa magra.
Reduz inflamação: o movimento regula marcadores inflamatórios que estão associados à progressão tumoral.
Fortalece o sistema imunológico: aumenta a circulação de células de defesa.
Melhora a saúde mental: reduz ansiedade, estresse e sintomas depressivos.
Evidências científicas sobre exercícios e câncer
📌 Um estudo publicado na revista CA: A Cancer Journal for Clinicians (2019) concluiu que a prática regular de atividade física está associada a menor risco de desenvolver 13 tipos de câncer, incluindo mama, cólon e pulmão.
📌 Já uma pesquisa publicada no Journal of Clinical Oncology (2020) mostrou que pacientes com câncer de mama que praticavam exercícios apresentaram redução de até 40% no risco de recorrência da doença em comparação com os sedentários.
📌 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), exercícios físicos ajudam não apenas na prevenção, mas também na melhora da tolerância ao tratamento, acelerando a recuperação.
Tipos de exercícios recomendados para pacientes com câncer
Nem toda atividade é adequada em todos os estágios da doença. O ideal é ter orientação de profissionais de saúde (médico, fisioterapeuta e educador físico). Ainda assim, alguns tipos de treino se destacam:
1. Exercícios aeróbicos
Caminhada, bicicleta, natação leve.
Benefícios: melhora do sistema cardiovascular, aumento da disposição, melhor oxigenação.
2. Exercícios de força
Musculação com cargas leves ou elásticos.
Benefícios: preserva a massa muscular, fortalece ossos, ajuda no controle da glicemia e do peso.
3. Alongamentos e mobilidade
Yoga, pilates, alongamentos simples.
Benefícios: melhora da postura, redução de dores articulares, aumento da flexibilidade.
4. Atividades mente-corpo
Meditação em movimento, tai chi chuan.
Benefícios: redução do estresse, melhora da respiração e equilíbrio emocional.
Frequência e intensidade ideais
Segundo a American Cancer Society, pacientes oncológicos devem seguir, quando possível:
150 minutos semanais de atividade aeróbica moderada (ex: caminhada rápida).
2 a 3 sessões de exercícios de força por semana.
Alongamentos diários leves para manter a mobilidade.
💡 Importante: o exercício deve ser adaptado ao estado clínico. Durante períodos de maior fadiga, até pequenas caminhadas já trazem benefícios.
Benefícios psicológicos do exercício em pacientes com câncer
Além dos ganhos físicos, a atividade física também promove saúde mental:
Redução de ansiedade e estresse: o exercício estimula a liberação de endorfinas, hormônios ligados à sensação de prazer.
Melhora da autoestima: retomar a autonomia em pequenas tarefas aumenta a autoconfiança.
Diminuição da depressão: estudos mostram que pacientes fisicamente ativos têm menores índices de depressão durante o tratamento.
📖 Um estudo da Harvard Medical School (2021) apontou que exercícios de intensidade leve a moderada reduziram em até 25% os sintomas de depressão em pacientes oncológicos.
Exercício físico pode reduzir o risco de recorrência?
Sim! Diversos estudos reforçam esse ponto.
Pacientes com câncer de mama e cólon ativos fisicamente apresentaram menores taxas de recorrência e maior sobrevida.
Um levantamento publicado na revista JAMA Oncology (2018) mostrou que manter hábitos de atividade física após o tratamento está diretamente ligado à redução da mortalidade em até 33%.
Cuidados importantes antes de se exercitar
Consultar o médico: cada paciente tem uma condição única.
Evitar ambientes com risco de infecção (academias lotadas podem não ser ideais durante quimioterapia).
Respeitar limites do corpo: não é hora de buscar performance, e sim qualidade de vida.
Manter hidratação e alimentação adequadas: fundamentais para suportar o esforço físico.
Conclusão
O exercício físico é uma das ferramentas mais poderosas e acessíveis no cuidado ao paciente com câncer. Longe de ser apenas um complemento, ele atua diretamente na redução de sintomas, melhora da resposta ao tratamento e no aumento da sobrevida.
A recomendação é clara: movimentar-se, dentro dos limites seguros, é um aliado indispensável contra a doença. Seja caminhando, praticando musculação leve, alongando ou meditando, cada passo é um investimento em saúde física e emocional.
✅ Referências:
National Cancer Institute (NCI). Physical Activity and Cancer.
CA: A Cancer Journal for Clinicians, 2019.
Journal of Clinical Oncology, 2020.
Harvard Medical School, 2021.
JAMA Oncology, 2018.
Instituto Nacional de Câncer (INCA), Brasil.
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