Restrição Alimentar: Causa Tristeza ou Depressão? Entenda a Relação entre Dieta e Saúde Mental
Dietas restritivas podem afetar hormônios e aumentar risco de tristeza e depressão. Descubra os impactos e como emagrecer de forma saudável.
SAÚDE
eu mesmo
8/17/20253 min read
Seguir uma dieta equilibrada pode ser uma decisão importante para melhorar a saúde, controlar o peso e prevenir doenças. Porém, quando o plano alimentar é extremamente restritivo — cortando grupos inteiros de alimentos ou reduzindo calorias de forma drástica — os efeitos vão muito além da balança.
Pesquisas mostram que a falta de nutrientes essenciais pode afetar o humor, aumentar o risco de ansiedade e até contribuir para sintomas de depressão.
Como a restrição alimentar afeta o cérebro e o humor
O corpo precisa de energia e nutrientes para produzir neurotransmissores, como serotonina, dopamina e GABA, que regulam emoções, bem-estar e motivação.
Carboidratos complexos: são a principal fonte de glicose, combustível do cérebro. Quando cortados de forma exagerada, podem reduzir a produção de serotonina, hormônio associado à sensação de prazer e calma.
Vitaminas do complexo B: fundamentais para o metabolismo energético e para o funcionamento do sistema nervoso. A deficiência de vitamina B12, por exemplo, está ligada ao aumento do risco de depressão (National Institutes of Health, 2023).
Magnésio: mineral essencial para a regulação do estresse e da qualidade do sono. Baixos níveis estão associados a maior risco de ansiedade (Nutrients, 2020).
Quando a dieta é muito restritiva, o corpo interpreta essa privação como uma ameaça, aumentando os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. A consequência pode ser tristeza, irritabilidade, fadiga e até sintomas depressivos.
Impactos físicos e psicológicos das dietas restritivas
De acordo com especialistas, os riscos vão muito além da perda de peso temporária:
Deficiências nutricionais e comprometimento do sistema imunológico.
Perda de massa muscular e metabolismo mais lento.
Efeito sanfona, que prejudica a autoestima.
Problemas digestivos, como constipação e inchaço.
Fadiga e dificuldade de concentração.
Alterações hormonais (como desequilíbrios na tireoide).
Maior risco de ansiedade alimentar e transtornos alimentares.
Um estudo publicado no Journal of Affective Disorders (2022) mostrou que dietas altamente restritivas podem aumentar em até 60% o risco de desenvolver sintomas de depressão em jovens adultos.
A pressão psicológica e o efeito sanfona
Além das mudanças físicas, há um impacto emocional significativo. A necessidade de “controle absoluto” da alimentação pode gerar:
Ansiedade em torno das refeições.
Sentimento de culpa após “escorregadas”.
Baixa autoestima diante da dificuldade em manter a dieta.
O famoso efeito sanfona — perda e ganho de peso repetidos — também tem efeitos psicológicos negativos. Segundo estudo da Harvard School of Public Health (2021), esse ciclo constante está associado a maior risco de estresse crônico e diminuição da percepção de autoeficácia (a crença na própria capacidade de alcançar objetivos).
Dietas restritivas e risco de transtornos alimentares
A relação entre dieta extrema e transtornos alimentares é cada vez mais documentada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a restrição alimentar severa pode ser um gatilho para quadros como:
Compulsão alimentar.
Bulimia.
Anorexia nervosa.
Essas condições afetam não apenas o corpo, mas também a saúde emocional, exigindo acompanhamento médico e psicológico.
Como emagrecer sem prejudicar a saúde mental
Especialistas são unânimes: a chave para o emagrecimento saudável está no equilíbrio e não na privação.
Prefira dietas balanceadas: que incluam todos os grupos de nutrientes.
Evite cortes radicais: carboidratos e gorduras saudáveis têm papel fundamental no corpo.
Busque prazer na alimentação: permitir-se alimentos que gosta, em moderação, ajuda a manter a motivação.
Pratique atividade física regular: além de ajudar no peso, aumenta a produção de endorfinas.
Durma bem: o sono regula hormônios ligados à fome e ao humor.
Apoio multidisciplinar: nutricionista e psicólogo ajudam a criar um plano realista e sustentável.
Conclusão
Dietas restritivas podem até trazer resultados rápidos na balança, mas apresentam riscos sérios para a saúde física e mental. A exclusão de grupos alimentares e a privação de calorias impactam o equilíbrio hormonal, a imunidade, o metabolismo e o bem-estar emocional.
O caminho mais seguro é apostar em um plano alimentar equilibrado, com orientação profissional e foco em hábitos saudáveis a longo prazo — garantindo não só emagrecimento, mas também qualidade de vida e saúde mental.
NIH – Vitamin B12 and Mental Health (2023)
👉 https://ods.od.nih.gov/factsheets/VitaminB12-Consumer/Nutrients (2020) – Magnesium and Stress
👉 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6775884/Journal of Affective Disorders (2022) – Restrictive Dieting and Depression Risk
👉 https://doi.org/10.1016/j.jad.2021.12.007Harvard T.H. Chan School of Public Health – Weight Cycling and Health (2021)
👉 https://www.hsph.harvard.edu/obesity-prevention-source/obesity-causes/weight-cycling/World Health Organization (OMS) – Eating Disorders
👉 https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/mental-disorders
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